Eu não sei se vocês já notaram, mas o número de casos de conjuntivite aumenta bastante no verão (o calor, aglomerações de pessoas – como as que ocorrem em cinemas, teatros, que são programas típicos nas férias escolares – podem facilitar o contágio), porém no inverno há muitos casos também. E se alguém do seu círculo de convivência apresenta o problema, já é motivo para preocupação, pois na maioria dos casos (mas não em todos) a conjuntivite é contagiosa, e você deseja que ela passe bem longe de sua família (sobretudo das crianças e bebês). Em primeiro lugar é preciso saber exatamente o que é a conjuntivite – ela é a inflamação da conjuntiva, a membrana que recobre a parte branca do olho e a parte interna da pálpebra. Nesse processo os olhos ficam vermelhos e lacrimejantes, pois ocorre uma dilatação dos vasos sanguíneos que irrigam a região; também por esse motivo, as pálpebras ficam inchadas. Outros sintomas da conjuntivite são o ardor dos olhos, sensação de areia, fotofobia (incômodo com a claridade) e secreção aumentada, que pode ser branca ou amarelada.
A conjuntivite pode ter origem viral (mais comum), bacteriana ou alérgica. Nos dois primeiros casos, a conjuntivite étransmissível (aliás, a transmissibilidade é alta, ou seja, é muito fácil pegar a doença se você tiver contato com alguém infectado e não tomar os cuidados de precaução); já a conjuntivite alérgica não passa de pessoa para pessoa (embora possa iniciar em um olho e depois acontecer no outro, dando a impressão de que a doença “passou” de um local para o outro – o que na verdade não aconteceu).
Dicas importantes no tratamento da conjuntivite:
– Se seu bebê apresentar os sintomas da conjuntivite, leve-o ao pediatra ou oftalmologista. É apenas o profissional médico quem poderá recomendar o tratamento adequado a seu filho. Utilizar um medicamento errado ou deixar de aplicar a substância recomendada poderá piorar o quadro da doença (que no bebê pode ter consequências graves! Corra já e marque a consulta, combinado?).
– Lave bem as mãos antes e depois de cuidar dos olhos do bebê com conjuntivite, para evitar a transmissão para os outros membros da família. Troque a roupa de cama e as toalhas diariamente. Use lenços de papel descartáveis para enxugar os olhos e descarte-os; dessa forma o controle da infecção será mais fácil.
– Lave o rosto do bebê várias vezes ao dia e evite beijá-lo.
– Se ambos os olhos estiverem acometidos com a doença, use uma gaze para limpar cada olho do bebê.
– Pela manhã os olhos do bebê podem ficar “coladinhos”, pois a quantidade de secreção (remela) é grande. Para removê-la, use água filtrada morna.
– Não use água boricada para a limpeza dos olhos (no passado essa era a recomendação para os casos de conjuntivite, mas atualmente foi descartada pelos médicos pelo risco de intoxicação). Prefira sempre fazer a limpeza dos olhos com soro fisiológico, água mineral ou filtrada. Se eles estiverem geladinhos, isso dará uma sensação de alívio ao indivíduo infectado (faça várias compressas ao dia).
– Se o médico prescrever um colírio, coloque-o no cantinho interno do olho do seu bebê ou da criança. Mesmo que ele feche os olhos durante a aplicação, a substância acabará entrando assim que ele reabri-los.
– Mesmo que a secreção, o inchaço e a vermelhidão melhorem após alguns dias de antibiótico, aplique o colírio até a data recomendada pelo médico. Interromper o tratamento antes da hora pode causar o retorno da doença.
– Não utilize colírios antigos que encontre em casa. É necessário utilizar um medicamento novo para que o efeito seja o esperado (usar um colírio antigo pode agravar o problema!).
– Enquanto seu filho estiver com conjuntivite, ele não pode ir à escola. Deixe-o em casa para que seus coleguinhas não sejam contaminados e avise a escola para que esteja atenta a novos casos.
Resumindo:
A conjuntivite viral: é causada por vírus, é transmissível e em geral passa em uma semana. Não necessita de antibiótico e o maior cuidado no tratamento é lavar os olhos com soro fisiológico, água mineral ou filtrada. Em geral a secreção dos olhos é branca.
A conjuntivite bacteriana: é causada por bactéria, é transmissível e exige o uso de antibióticos no tratamento. Em geral a secreção dos olhos é amarelada (pus).
A conjuntivite alérgica: ocorre quando há contato com a substância alergênica. Em geral coça bastante e acomete os dois olhos. Pode ocorrer recidivas, por isso é importante saber qual é o elemento causador da alergia. Não é transmissível e não necessita de antibiótico; pode ser necessário o uso de anti-histamínico (anti-alérgico).
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